A Associação de Capoeira Cultural e Social Santa Rita é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 1990, com o objetivo de proporcionar a inserção social e a construção da cidadania, através do apoio e divulgação de ações de arte e cultura nas periferias.
Rua José Pedro de Brito, 52 - CONJUNTO SANTA RITA - VALE DO JATOBÁ - Belo Horizonte - MG - CEP 30668-590 - CNPJ 11.633.986/0001-53
Tel.: (31) 3385-6731 - (31) 9107-2657
O pequeno capoerista, que morreu dentro de casa por bala perdida, ficou conhecido como garoto-propaganda em uma campanha do Governo do Estado
Por Lívia Rangel
(livia.rangel@redebahia.com.br)
Lembra do pequeno Joel, que sonhava em ser mestre de capoeira, como seu pai, e morreu, aos 10 anos, dentro do próprio quarto, com duas balas perdidas, possivelmente vindas da polícia militar, no Nordeste de Amaralina? A história comovente deste baianinho, que fez o Brasil chorar com sua morte, vai virar o filme 'Menino Joel', assinado pelo cineasta Max Gaggino, que conversou com o iBahia, nesta segunda-feira(10).
O documentário traz depoimentos da família - pai, mãe e irmão -, a delegada titular da 28ª Delegacia (Nordeste de Amaralina) Jussara Souza, vizinhos do garoto - líderes comunitários -, e autoridades baianas (ainda não reveladas).
"Um dia antes de falecer, ele acordou dizendo pra meu pai que ia estudar e que ia juntar a família dele e ia tirar daqui, porque aqui não tava dando pra viver mais; ele não queria crescer vendo o cotidiano da forma que estava sendo levado", revela o irmão do garoto no filme.
Confira entrevista com o diretor Max Gaggino realizado pelo o portal ibahia:
iBahia - Como surgiu a ideia de fazer um filme sobre Joel?
A ideia surgiu porque conheço a familia, treino boxe no Nordeste de Amaralina. Treinava junto a Jeanderson, o irmão de Joel, e conheci a familia dele; quando soube que o menino Joel era irmão dele, foi a primeira coisa que me veio à cabeça...sendo cineasta sempre busco novas ideias, documentários etc.
iBahia - Em que fase está a produção?
A produção está na reta final. Quinta-feira, dia 13, vai ter o primeiro - e espero último - julgamento (do caso Joel).
iBahia - Acredita que os PMs envolvidos vão ser punidos?
As provas são claras, mas nunca se sabe...
iBahia - Então, voltando ao filme, como foi a recepção da família ao projeto? Não é fácil expor toda a família em um documentário...
A famiíia aceitou na hora. Não teve ninguém que se ofereceu a fazer o mesmo trabalho que estou fazendo. Queriam que joel não fosse esquecido. Nao é facil...por isso que eu e Rodrigo Cavalcanti (produtor que integra parte do documentário), estamos expondo os fatos de forma neutral. Não queremos acusar toda a polícia. O documentário tem um tom de "vamos ver se dá pra unir o povo e a polícia".
iBahia - Alguns políticos procuraram a família de Joel, causando uma certa revolta neles...
Eles nao acreditam mais nos politicos.
iBahia - Vocês entrevistaram os policiais envolvidos no caso?
Entramos em contato com o advogado dos policiais acusados, justamente pra dar eles a possibilidade de dar a própria versão da história e se defenderem. Já entrevistamos a delegada Jussara, que concluiu o inquérito.
iBahia - Além do irmão e da mãe do menino Joel, que aparecem no Trailer, quem mais participa do filme?
Além da mãe e o irmão, tem o depoimento do pai, a delegada jussara, alguns líderes da comunidade do Nordeste de Amaralina e algumas outras pessoas no panorama político baiano, que ainda não posso responder.
iBahia - E como entram as imagens do garoto no filme? Imagino que por ele ser muito novo deva ter um acervo restrito...
Temos artigos sobre ele, o vídeo gravado pela propaganda do Estado, e muitos depoimentos.
iBahia - Como você enxerga o menino Joel hoje?
Ele era um menino realmente especial; não mataram qualquer um, você vai ver no documentário. É algo realmente chocante. Era um menino que dava conselhos aos mais velhos, ajudava a família a se unir quando brigavam, tirava os meninos da rua e levava pra jogar capoeira; enfim, um fenômeno.
Veja o primeiro trailer do documentário 'Menino Joel' :
Direção: Max Gaggino
Coordenação de produção: Rodrigo Cavalcanti
Produção: Ana Carolina Araújo
Assistente de produção: Jaqueline Bonate
Edição/Finalização: Max Gaggino e Rodrigo Cavalcanti
Evento do mestre Nagô, no final da década de 80, que conta com a presença de vários capoiristas, tais como Mestres Nagô, Camisa, Mão-Branca, além de outros bons capoeiras, com destaque para Cobra, Capixaba, Boneco, Negoativo, Niltinho, Di Mola, Paulão, dentre outros.
Capixaba e Cobra, na época alunos do grupo Senzala, num jogo de iúna bonito,onde os caras se olham olho no olho o tempo todo!